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sábado, 28 de setembro de 2013

Retorno »Após incêndio, moradores de São Francisco do Sul começam a voltar para casa

Publicação: 28/09/2013 10:44 Atualização:

 Pelo menos 20% dos cerca de 47 mil moradores de São Francisco do Sul, no litoral Norte de Santa Catarina, tiveram de deixar o município em busca de abrigo e segurança em cidades vizinhas, como Araquari, Barra do Sul e Joinville, depois do incêndio num galpão de armazenagem da empresa Global Logística. Só na sexta-feira, depois que o Corpo de Bombeiros conseguiu controlar a situação, é que a maioria deles teve permissão para retomar em definitivo para suas casas.

Morador do bairro Paulas, onde fica o galpão, o funcionário público Bruno Clemente contou que, quando viu a fumaça, mesmo sem saber direito do que se tratava, pensou na segurança da família, juntou todos e foi para a Praia do Ervino, a cerca de 20 quilômetros do local.

"Lá, o pessoal que tinha infraestrutura ajudou. Os estabelecimentos mantiveram o preço dos produtos alimentícios enquanto tinha estoque, não se aproveitaram da situação", afirmou Clemente.

Outro gesto que chamou a sua atenção foi a do proprietário do posto de combustíveis Tamboretes, na Praia do Ervino. Ali, foi cedido, organizadamente, o abastecimento somente de R$ 30 de combustíveis para cada carro, para as pessoas que queriam sair da cidade. O suficiente para ir até a vizinha Joinville. Segundo ele, o tráfego era tão intenso que um percurso feito normalmente em 40 minutos demorou cerca de quatro horas.

"Nunca pensei que fosse ver uma cidade sendo evacuada", disse o funcionário público.

Se a preocupação com a família foi imediata, os animais de estimação, no entanto, não tiveram a mesma atenção. Eles ficaram para trás. Na pressa de escapar da fumaça, ele não teve como levar junto seus três cachorros. Clemente conta que a primeira coisa que fez ainda na quarta-feira, quando a fumaça diminuiu e ele pode voltar para casa para avaliar a situação, foi alimentar os seus cães.

"Além deles, dei ração para mais uns quatro ou cinco que estavam abandonados", lembrou ele.

Já a comerciária Cláudia Correa da Silva conta que os filhos ainda sentem dores de cabeça e febre.

"Meu filho está com sintomas de rinite, e nunca teve rinite".

Ao fugir na quarta-feira, relembra que também prendeu dentro de casa seus três cachorros e três gatos. Só voltou a vê-los dois dias depois. Ela e a família ficaram em uma casa cedida pelo chefe do seu irmão.

"Voltamos para casa às 2h da manhã de sexta (ontem), quando a fumaça baixou", disse ela. "Foi um momento de tensão, senti muito medo e chorei muito".

Até que o incêndio químico fosse controlado, São Chico, como é chamada carinhosamente pelos moradores, parecia uma cidade fantasma. Movimento somente na Prefeitura local, na praça central, em frente à Igreja Matriz, onde um helicóptero do Exército destoava da paisagem com ares antigos. Na administração municipal, avaliações e explicações sobre os procedimentos de extinção da fumaça. No total, 13 bairros inteiros tiveram de ser evacuados.

Na noite de terça, quando começou a reação que produziu intensa fumaça de nitrato de amônio, Margarete Maria Furtado, 47, estava na casa de uma irmã, em uma rua do bairro Paulas, a poucos metros do galpão.

"Me avisaram da fumaça. Vim para casa porque disseram que ela estava pegando fogo, mas saí em seguida e voltei para a casa da minha irmã, com o meu filho de 10 anos, Fernando".

Margarete voltou para casa novamente por volta das 5h da manhã de quarta, desta vez para levar seus dois cachorros que tinham deixado no pátio.
fonte diario de pernambuco

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