Coluna da Malude Maciel = SECA NOVAMENTE

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Sempre, na História deste país, os sertanejos se deparam com a estiagem que, quando mais intensa, provoca a famigerada seca que acaba com tudo naquelas plagas.

Morrem de sede os animais, as plantações, as pessoas e as esperanças de dias melhores. A fome é aquele fantasma descrito por Josué de Castro que traz a morte em sua companhia, como resultado final, sem remédio.

Recursos governamentais são liberados como paliativo para aliviar o clamor da população sofrida. Carros pipas são enviados e cisternas construídas esporadicamente. Estudos já foram feitos, mas o problema continua e neste ano a situação se agravou tanto que essa é a pior seca em quarenta anos. Toda a Nação pena com o desespero daquele povo forte que se humilha e padece anos a fio com o mesmo problema. Será que não existe solução? Será que aqueles seres humanos, nossos irmãos, terão que enfrentar esse tormento por séculos e séculos sem fim? Cadê a tecnologia e os direitos humanos? Com certeza um projeto sério e contínuo, atingindo o âmago da questão efetivamente pode sanar o suplício. Dizem não existir vontade política para acabar definitivamente com a falta da água no Sertão e adjacências, pois a penúria de muitos serve para eleger alguns e a “indústria da seca” vai maltratando e arrasando toda Região.

Políticos astutos se aproveitam da miséria alheia, prometendo a chave do céu, mas esquecendo das promessas de campanha assim que sobem ao poder. É uma vergonha verificar esse procedimento quando se sabe que há outros países com as mesmas condições climáticas que as nossas e que solucionaram essa deficiência com atitudes, e prática tecnologia. Com boa vontade se implantaria uma campanha permanente, talvez com a ação do exército ou ajuda de voluntários treinados atuando no local, orientando e dando condições de mudar esse quadro cruel. São idéias: limpar os açudes, para armazenarem maior volume do precioso líquido, quando chover, educar os habitantes para terem reservatórios, ampliar o número de cisternas, cavar poços, fazer bicas nos telhados, enfim, prevenir o pessoal para “conviver” com algo que faz parte do seu cotidiano; orientar na criação de caprinos que se adaptam às altas temperaturas e escassez de alimentos, etc. No entanto, existem técnicos especializados nessa área e, por que ainda não deram jeito nesse flagelo?
Não tem porque fugir, nem fingir ilusões, pois encarar a realidade com coragem e determinação é importante para sanar os desafios. Estamos num ano eleitoral e os candidatos precisam se comprometer com os cidadãos em combater suas lutas, tomar suas dores, solucionar seus males. O direito à qualidade de vida é essencial. Urge interesse e ação dos responsáveis em proporcioná-la. Que Deus nos mande chuvas e homens comprometidos com o social! Leia mais>>>

Malude Maciel - Membro da Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras.

Por Jornal de Caruaru