ESTUPRO
Aluna de 12 anos confirma relação sexual com preso do regime semiaberto
O caso ganhou repercussão nacional ontem, após denúncia do Ministério Público Federal de que duas meninas da Escola Estadual Curitiba, perto da Vila Operária, poderiam ter sido estupradas por presos
De um lado trabalhavam os presos. No outro lado da via, crianças estudam, à mercê da influência dos detentos na saída e chegada do estabelecimento de ensino
Uma menina de 12 anos confirmou em depoimento à Polícia Civil que manteve relação sexual com um dos presos do regime semiaberto que cumpre pena trabalhando no Instituto das Águas em Paranavaí, que fica ao lado da Escola Estadual Curitiba. Além dela, outras duas estudantes do colégio também tiveram contatos com os detentos. Os suspeitos, já ouvidos pela Polícia Civil, negam os crimes.
O caso ganhou repercussão nacional ontem, após denúncia do Ministério Público Federal de que duas meninas da Escola Estadual Curitiba, perto da Vila Operária, poderiam ter sido estupradas por tais presos. O Instituto das Águas informou, através da secretaria local, que não se pronuncia até ser oficiado pelo Ministério Público.
O delegado-chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Osmir Ferreira Neves Júnior, confirmou a abertura do inquérito anteontem, a cargo do delegado operacional Gustavo Bianchi. Ele detalha depoimentos das mães, de três meninas de 12 anos e de dois detentos.
Bianchi disse que uma das meninas confirmou ter mantido relações sexuais em locais próximos à escola, tais como o depósito de entulhos, em um campinho e numa área desabitada, na Vila Operária. Outra teria trocado beijos e uma terceira não teve contatos físicos.
Os dois detentos identificados negam qualquer envolvimento ou contato com as garotas, porém, pesam contra um deles algumas gravações de mensagens no telefone celular de uma das meninas, quando o crime começou a ser descoberto, anteontem. Ocorre que a mãe teve acesso ao aparelho, que é de uso compartilhado. Ela chegou a conversar com o homem. Pensando tratar-se da menina, o suspeito teria feito convites para sair.
Assustada, a mãe procurou a direção da Escola Curitiba, onde as três estudam, todas têm 12 anos. A diretora do estabelecimento de ensino, Zenaíde Maia, confirma que a partir daí acionou a patrulha Escolar e o grupo foi até a Delegacia de Polícia Civil, onde apresentou as versões.
Bianchi solicitou exame de corpo de delito na garota e informou que, confirmado o ato sexual, fica caracterizado o estupro de vulnerável, uma vez que a vítima tem menos de 14 anos, ainda que a adolescente tenha consentido com a relação. A pena para tal crime é de 8 a 15 anos de reclusão.
CIRCUNSTÂNCIAS - Ao todo, 16 detentos trabalham em uma obra no Instituto das Águas, em Paranavaí. Eles são da Colônia Penal Industrial de Maringá e, por força de convênio entre a administração da unidade prisional e a empresa, se dirigem todos os dias para trabalhar em Paranavaí e retornam no final da jornada. A supervisão estaria a cargo do Instituto, sob inspeção de agentes penitenciários que fariam a verificação de surpresa até duas vezes por mês.
A região da Vila Operária onde se encontra a sede do Instituto das Águas, concentra quatro importantes instituições educacionais. Além da Escola Curitiba, há o Cecap, o Caic e a Escola Getúlio Vargas. A Avenida Luiz Spigolon é também única opção de deslocamento para estudantes da região da Vila que cursam o ensino médio em outras instituições, tais como o Colégio Estadual e a Unidade Polo.
JUIZ ESCLARECE - Conforme esclarece o juiz da 1ª Vara Criminal de Paranavaí, Rodrigo Domingos de Masi (responsável pelas execuções penais) não há qualquer participação ou acompanhamento da Comarca neste caso, uma vez que os processos desses detentos são da Vara de Execuções Penais de Maringá. Complementa que não houve comunicado oficial sobre a atividade dos detentos na cidade.
Também o delegado Neves Júnior confirma que vai solicitar ao Ministério Público Federal informação se existe um boletim de ocorrência anterior a anteontem, quando a investigação teve início na esfera policial. Caso exista documento relatando a situação, poderá abrir procedimento interno para apurar disciplinarmente a conduta dos agentes.
A presidente do Conselho Tutelar de Paranavaí, Cláudia Picolli, também não tinha informações anteriores sobre esse caso específico. No entanto, confirma a existência de problemas na área, ligados à exploração infantil, inclusive sexual. Os casos envolvem também o consumo de drogas.
Cláudia ressalta que a preocupação do conselho é com o encaminhamento dessas crianças e adolescentes, inclusive com apoio psicológico, na perspectiva de protegê-las. O conselho não tem qualquer relação com as investigações criminais, mas apenas encaminha denúncia quando recebe.
O caso ganhou repercussão nacional ontem, após denúncia do Ministério Público Federal de que duas meninas da Escola Estadual Curitiba, perto da Vila Operária, poderiam ter sido estupradas por tais presos. O Instituto das Águas informou, através da secretaria local, que não se pronuncia até ser oficiado pelo Ministério Público.
O delegado-chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Osmir Ferreira Neves Júnior, confirmou a abertura do inquérito anteontem, a cargo do delegado operacional Gustavo Bianchi. Ele detalha depoimentos das mães, de três meninas de 12 anos e de dois detentos.
Bianchi disse que uma das meninas confirmou ter mantido relações sexuais em locais próximos à escola, tais como o depósito de entulhos, em um campinho e numa área desabitada, na Vila Operária. Outra teria trocado beijos e uma terceira não teve contatos físicos.
Os dois detentos identificados negam qualquer envolvimento ou contato com as garotas, porém, pesam contra um deles algumas gravações de mensagens no telefone celular de uma das meninas, quando o crime começou a ser descoberto, anteontem. Ocorre que a mãe teve acesso ao aparelho, que é de uso compartilhado. Ela chegou a conversar com o homem. Pensando tratar-se da menina, o suspeito teria feito convites para sair.
Assustada, a mãe procurou a direção da Escola Curitiba, onde as três estudam, todas têm 12 anos. A diretora do estabelecimento de ensino, Zenaíde Maia, confirma que a partir daí acionou a patrulha Escolar e o grupo foi até a Delegacia de Polícia Civil, onde apresentou as versões.
Bianchi solicitou exame de corpo de delito na garota e informou que, confirmado o ato sexual, fica caracterizado o estupro de vulnerável, uma vez que a vítima tem menos de 14 anos, ainda que a adolescente tenha consentido com a relação. A pena para tal crime é de 8 a 15 anos de reclusão.
CIRCUNSTÂNCIAS - Ao todo, 16 detentos trabalham em uma obra no Instituto das Águas, em Paranavaí. Eles são da Colônia Penal Industrial de Maringá e, por força de convênio entre a administração da unidade prisional e a empresa, se dirigem todos os dias para trabalhar em Paranavaí e retornam no final da jornada. A supervisão estaria a cargo do Instituto, sob inspeção de agentes penitenciários que fariam a verificação de surpresa até duas vezes por mês.
A região da Vila Operária onde se encontra a sede do Instituto das Águas, concentra quatro importantes instituições educacionais. Além da Escola Curitiba, há o Cecap, o Caic e a Escola Getúlio Vargas. A Avenida Luiz Spigolon é também única opção de deslocamento para estudantes da região da Vila que cursam o ensino médio em outras instituições, tais como o Colégio Estadual e a Unidade Polo.
JUIZ ESCLARECE - Conforme esclarece o juiz da 1ª Vara Criminal de Paranavaí, Rodrigo Domingos de Masi (responsável pelas execuções penais) não há qualquer participação ou acompanhamento da Comarca neste caso, uma vez que os processos desses detentos são da Vara de Execuções Penais de Maringá. Complementa que não houve comunicado oficial sobre a atividade dos detentos na cidade.
Também o delegado Neves Júnior confirma que vai solicitar ao Ministério Público Federal informação se existe um boletim de ocorrência anterior a anteontem, quando a investigação teve início na esfera policial. Caso exista documento relatando a situação, poderá abrir procedimento interno para apurar disciplinarmente a conduta dos agentes.
A presidente do Conselho Tutelar de Paranavaí, Cláudia Picolli, também não tinha informações anteriores sobre esse caso específico. No entanto, confirma a existência de problemas na área, ligados à exploração infantil, inclusive sexual. Os casos envolvem também o consumo de drogas.
Cláudia ressalta que a preocupação do conselho é com o encaminhamento dessas crianças e adolescentes, inclusive com apoio psicológico, na perspectiva de protegê-las. O conselho não tem qualquer relação com as investigações criminais, mas apenas encaminha denúncia quando recebe.
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